VÍDEO: prefeito de Pombal, na Paraíba, diz que ter filho com transtorno é uma ‘infelicidade’
Repercutiu nas redes sociais, nesta quarta-feira (10), a fala do prefeito de Pombal, no Sertão da Paraíba, Dr. Verissinho (MDB), sobre país que tem filhos com algum tipo de transtorno. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais o político categorizou com uma “infelicidade”. Assista ao vídeo abaixo.
“As pessoas têm a infelicidade de ter algum filho com transtorno, procure alguma escola do município”, diz trecho do vídeo.
Também foram divulgados possíveis áudios de duas aliadas do gestor. Na ocasião elas concordam com o prefeito, uma delas inclusive ressalta que é uma ‘doença’. “Verissinho não errou minha prima. É uma infelicidade ter um filho doente”, disse.
Na sequência, outra pessoa responde, e diz que pessoas com transtorno autistas são ‘doidos’. “Hoje tá cheio de besteira. Um menino autista é um filho doido. Não é felicidade, não é infelicidade mesmo”, conclui outra pessoa.
Sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
O transtorno do espectro do autismo é uma condição do desenvolvimento neurológico atípico, que se manifesta nos anos iniciais do desenvolvimento e que acarreta atipicidade nas áreas de interação social e de comunicação social, explica o neuropsicólogo Mayck Hartwig, que trabalha com o atendimento clínico de adultos autistas.
De acordo com o profissional, o diagnóstico do autismo é feito de forma multidisciplinar. Envolve tanto um médico especialista, que é geralmente um psiquiatra ou um neurologista; o neuropsicólogo, que vai fazer também uma avaliação do comportamento; e pode incluir também outros profissionais da área de saúde que têm uma capacitação para identificação do autismo. Em alguns casos, já é possível haver uma indicação diagnóstica e o encaminhamento para terapia. Em outros casos é mais difícil conseguir fazer um diagnóstico precoce”, explica.
“O autismo hoje é compreendido como um espectro de manifestação fenotípica bastante heterogênea, ou seja, existem várias manifestações diferentes do autismo. E essas manifestações ocorrem também com sinais mais ou menos evidentes em algumas pessoas”, pontua Hartwig.
Além da dificuldade para se comunicar e interagir com outras pessoas, que é comum a todos os autistas, o TEA também pode ter outras manifestações, como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (som alto, cheiro forte, multidões), dificuldade de aprendizagem e adoção de rotinas muito específicas.
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