Itamaraty rebate Rubio e reafirma independência do Judiciário
Posted On 12 de setembro de 2025
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O Itamaraty se pronunciou nesta quinta-feira (11) sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, rebateu declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que chamou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) de “caça às bruxas”. Ele ainda sugeriu a possibilidade de novas sanções contra o Brasil.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Poder Judiciário brasileiro atuou com independência, conforme assegura a Constituição de 1988. Os primeiros acusados pela tentativa de golpe tiveram pleno direito de defesa. Assim, destacou a pasta, as instituições democráticas do país responderam de forma firme ao golpismo.
Além disso, o MRE, sob comando do embaixador Mauro Vieira, reforçou que continuará a defender a soberania nacional contra agressões e tentativas de interferência. Nesse sentido, frisou que ameaças como as feitas por Rubio não intimidarão a democracia brasileira.
Por outro lado, em suas redes sociais, Marco Rubio acusou o STF de perseguição política contra Bolsonaro. Ele também atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação. Segundo Rubio, Moraes e outros ministros “decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”. Ainda de acordo com ele, os EUA “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, também comentou o caso. Questionado por jornalistas, afirmou estar surpreso com o resultado do julgamento, segundo informou a agência Reuters.
Entretanto, as tensões não começaram agora. Em julho, os EUA incluíram Alexandre de Moraes na lista de sanções da chamada Lei Magnitsky, que congela bens e bloqueia empresas. Já em agosto, o Brasil passou a enfrentar tarifas de 50% sobre parte das exportações ao mercado norte-americano.
Por fim, a condenação inédita de um ex-presidente da República por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito repercutiu amplamente na imprensa internacional. Pela decisão do STF, Bolsonaro terá de cumprir 27 anos e três meses de prisão em regime fechado.