Eleições: especialistas concordam que polarização entre Lula e Bolsonaro é cada vez mais provável
Um fato que está caída vez mais provável na mete dos brasileiros e agora atestado por especialistas em pesquisas eleitorais é a polarização na intenção de votos à presidência da República entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Os analistas Antonio Lavareda e o professor Valdir Pucci evitam decretar uma decisão entre os rivais, mas avaliam que o cenário dificilmente sofrerá grandes alterações.
Ainda segundo eles, desde a redemocratização, as eleições adquirem um formato triangular, no qual três candidatos alcançaram dois dígitos na disputa eleitoral. Em 2018, Jair Bolsonaro (46,03%), Fernando Haddad (29,28%), Ciro Gomes (12,47%) anotaram essa performance de votos.
Com a polarização, as eleições deste ano caminham para um desenho bipolar, com os dois líderes nas pesquisas muito à frente dos candidatos do centro. “Os números sugerem uma razoável consistência na preferência pelos dois primeiros nomes, mas todas essas observações não podem ser concluídas com a ideia de que o quadro é definitivo e inalterável”, afirma Antonio Lavareda, que destaca ainda: “A seis meses da eleição, qualquer raciocínio que conduza a uma contestação de que o cenário é inalterável soa precipitado e enviesado”, diz.
Assim também pensa Valdir Pucci, onde destaca que por mais que Lula e Bolsonaro predominem na disputa, ainda é cedo para descartar outra possibilidade. Ele recorda candidatos com baixos índices de intenção que, na reta final, venceram a corrida eleitoral. Cita, por exemplo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Mas, caso isso ocorra, será durante o período de campanha. “Lula e Bolsonaro são os principais nomes da eleição até o momento, mas dizer que já está consolidado, que ambos estão no segundo turno é muito precipitado. Agora, a terceira via, na minha opinião, está perdendo seu timing. Enquanto Lula e Bolsonaro falam sozinhos para a população, a terceira via faz um diálogo para dentro, tentando achar um nome de consenso”, afirmou.