Cabo Gilberto tenta dar ‘marcha a ré’ em declarações contra o STF e em defesa do Golpe de 64: “Eu não defendi golpe não”
Após a dura repercussão negativa tanto na imprensa como dentro da Assembleia Legislativa da Paraíba, sobre as recentes declarações do deputado Cabo Gilberto contra o Supremo Tribunal Federal (STF), onde defende o Golpe Militar de 1964, o que deve resultar numa representação contra o parlamentar no Conselho de Ética da Casa, o deputado bolsonarista ontem (11) em entrevista, tentou dar uma marcha ré, nas suas falas.
“Eu não defendi golpe não. O golpe já aconteceu. Isso já está acontecendo, com um poder fazendo o papel dos demais, rasgando a Constituição”, afirmou Cabo Gilberto. Porém na sua postagem nas redes sociais, o parlamentar afirma: “Precisamos dar um contragolpe [no STF], assim como ocorreu em 1964. Não temos outra escolha!”.
Durante a sessão na última terça-feira (10) na ALPB, o presidente da Casa, Adriano Galdino, rechaçou as declarações recentes do deputado Cabo Gilberto contra o STF e engrossou o coro em favor da democracia e contra a postura do parlamentar. Galdino destacou que no período militar, exaltado pelo Cabo, havia muita falta de liberdade e apreensão.
“É uma fala dele isolada, não representa a Casa e não representa a Mesa diretora da Casa. O nosso bem maior enquanto cidadão é a nossa democracia e juramos todos nós, deputados, deputadas, defender a democracia e o juramento que fizemos enquanto deputado. Defender a nossa democracia que é nosso bem maior. Só sabe o período negro do golpe de 64 quem viveu e da falta de liberdade que existia naquela época. Eu peguei o final do período militar e lembro o quanto nós éramos vigiados e quanto vivemos apreensivos sem nenhuma liberdade” disse.
Também neste sentido, o deputado estadual Anísio Maia (PSB), justificou a sua decisão de protocolar uma representação contra o Cabo no Conselho de Ética: “Um deputado que foi eleito pelo sistema democrático não pode jamais fazer apologia a golpe de estado. A Casa tem que se pronunciar, porque isso é simplesmente inadmissível em qualquer governo democrático”, afirmou.