Aliados contrariam Lula e defendem CPI no Senado para investigar atos golpistas
Nem mesmo a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contrário à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro foi suficiente para desmobiliar sua base aliada.
É que na contramão do petista, senadores de partidos aliados mantêm a defesa de uma investigação própria sob o argumento que o Legislativo, a exemplo do Executivo e do Judiciário, também foi vítima das invasões promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, a fala de Lula ecoou entre petistas, que uma semana assinarem requerimentos para instalação do colegiado, agora pregam cautela.
Um dos principais aliados de Lula no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) discorda do presidente e diz que uma CPI pode atuar de forma complementar aos trabalhos do Judiciário.
“Defendo a CPI, defendo que esse modelo criado pelo parlamento norteamericano é o melhor. O presidente disse que é preciso todo mundo continuar vigilante. Claro que a maneira de continuarmos vigilantes é pela CPI — afirmou o emedebista, cujo filho, Renan Filho, é ministro dos Transportes de Lula. — Precisa desafogar os outros. O Legislativo tem que fazer a parte dele”, disse.
Para o senador Omar Aziz (PSD-BA), apesar da contrariedade de Lula, o Senado não deveria abrir mão de sua prerrogativa de também investigar o caso.